quinta-feira, 28 de abril de 2016

Longão e agora?

No início desse ano de 2016 estive de férias no Rio Grande do Sul, mais precisamente na região das Missões (região noroeste do estado). Eu e minha namorada fizemos um pedal saindo de São Luiz Gonzaga com destino às Ruínas em São Miguel das Missões, lugar muito bonito e com um sítio arqueológico fantástico. Foram 118 km em uma estrada recém-cascalhada que parecia um rock garden infinito e um sol escaldante em meio ao mar de soja (a estrada atravessa muitas lavouras dessa cultura). Foi sem dúvida um dos pedais mais duros que já fizemos. Para encurtar a história, concluímos o desafio surpresos, porque superou a expectativa de dificuldade, mas felizes por termos conseguido. Eu posso afirmar que de certa forma esse artigo foi escrito durante esse pedal.


Longão e agora?
Quando estamos pedalando em grupo é importante desenvolver uma comunicação eficaz. Podemos dividi-la em escuta ativa e estratégias que facilitam uma comunicação eficaz.
Foto: Trek Divulgação
Perspectiva 1: “Me preparei, mas nunca é o suficiente, talvez eu não consiga”. “Amanhã vai ser difícil, o sol vai estar muito quente”. “Naquele terreno o pedal não rende”. “Galera está muito animada, quero ver essa alegria amanhã subindo”. “Essa altimetria é absurda”! É muito tempo de selim, vai dar assadura na certa”. “Vai demorar mais que o previsto”.
Perspectiva 2: “Me preparei, foi o suficiente para o tamanho do desafio e se não for, vou me superar”! “Amanhã vou prestar atenção na hidratação, porque o sol vai estar forte”. “O terreno atrapalha o rendimento, mas é apenas mais um desafio”. “Essa altimetria vai trazer uma bela paisagem”. É muito tempo de selim, vou me preparar para não ter problemas com assaduras”. “Pode demorar mais que o previsto, melhor levar farol e comida extras.”
As frases exemplificam diferentes formas de perceber uma situação. Na primeira, temos a situação como uma ameaça e na segunda como um desafio. Qual é a mais favorável para quem vai ter um longo dia de pedal?
Imagine um pedal longo que você deseja fazer. Imagine-se realizando o pedal, todas as situações que podem acontecer, as pessoas que vão estar do seu lado, vivencie por alguns minutos toda a situação. Agora, qual foi a sua percepção da situação? O que você sentiu ao imaginar-se?
O seu diálogo interno durante esse momento foi semelhante à perspectiva 1 ou à perspectiva 2? Se você se identificou com a perspectiva 1, sugiro que comece a elaborar estratégias para ressignificar as situações ameaçadoras. Situações ameaçadoras tendem a ser aversivas, geram forte estresse e paralisam as nossas ações. Desafios nos motivam a seguir em frente, a testar nossos limites e quando completados nos trazem grande satisfação.

Então, quais estratégias psicológicas podem ser usadas em momentos de dificuldade?

Algumas técnicas e estratégias que podem ser utilizadas eu já citei em artigos das edições anteriores da revista: 
  • Parada de pensamento ou técnica do PARE (edição nº 56 da Revista)
  • Autoinstruções (edição nº 56 da Revista).
  • Autorreforço: o pedal é longo e com certeza haverão várias paradas, portanto, cada parada significa um trecho cumprido. Então, elogie-se: “parabéns”! A cada morro vencido se dê o direito a uma recompensa: “quando eu chegar no topo quero tomar um suco bem gelado naquele bar”. “Quando terminar esse pedal vou ficar de molho na piscina por duas horas sem fazer nada”. Reforce-se!
Reconheça o seu mérito, isso manterá a motivação e aumentará a probabilidade de você se esforçar cada vez mais para cumprir as autoinstruções.
Quando estamos pedalando em grupo é importante desenvolver uma comunicação eficaz. Podemos dividi-la em escuta ativa e estratégias que facilitam uma comunicação eficaz.

Escuta ativa

A escuta ativa significa ouvir e compreender a comunicação do ponto de vista de quem fala. É a capacidade de ouvir não apenas o que a pessoa está expressando diretamente, mas também os sentimentos, ideias ou pensamentos que permeiam o que está sendo dito.
Para desenvolver a escuta ativa é necessário que tenhamos uma boa disposição psicológica. Observando o outro, tentando identificar o conteúdo dito e os sentimentos envolvidos, expressando aos outros que estamos a prestar atenção na comunicação verbal (sim, compreendo, humm, claro etc.) e não-verbal (contato visual, gestos etc.), especialmente a empatia, que é nos colocar no lugar dos outros e tentar entender seus motivos. Não significa aceitar ou concordar com sua posição, mas simplesmente saber que entendemos o seu comportamento e emoções.
Devemos evitar a distração, interrompendo o orador, julgar, rejeitar ou não dar importância, transmitindo frases como “não se preocupe, isso não é nada”. Evitar interromper constantemente a fala do outro para falar apenas de coisas nossas, contra-argumentos como quando alguém diz “Eu me sinto muito mal” e respondemos “e eu pior”, e finalmente, temos de evitar a “síndrome expert”, quando damos respostas para a pessoa mesmo antes dela terminar de falar.

Estratégias que facilitam a comunicação eficaz

Se quisermos fazer uma crítica a alguém, você sempre tem que falar sobre o que ele faz de errado, nunca que ele “é” isso. Sem rotular. Por exemplo, é correto dizer “eu não gosto quando você corre na frente e não espera”, ao invés de dizer “você é um egoísta, nunca espera.”
Discutir as questões uma de cada vez, não adianta culpar os outros.
Não acumular emoções negativas sem comunicá-las, porque elas podem culminar em um comportamento impulsivo modulado pela raiva, levando a uma situação mais complicada.
Não ficar falando sobre situações do passado. Salvo se vai ser algo construtivo que pode nos ajudar, porque o outro fez em uma situação anterior.
Seja específico, concreto e preciso. Nós não estamos sendo claros se dissermos “eu odeio como você faz as coisas” ou “tu sempre faz do teu jeito” e não vamos conseguir qualquer mudança. Mas sim, se nós apresentarmos as coisas com frases como “o que você diz sobre chegarmos até a próxima cidade e comermos em um restaurante?” ou “eu quero ir na sua roda esse trecho, não acelere muito”.
Evitar generalizações. Os termos absolutos como “sempre” e “nunca” raramente são verdadeiros e podem ofender a pessoa com que falamos. É muito melhor iniciar a conversa com outros termos como “frequentemente”, “às vezes”, “recentemente”, isso permite que as ações do outro também sejam valorizadas.
Seja breve. Ser repetitivo não é agradável de ouvir e as pessoas podem começar a fugir de você ao iniciar uma conversa.
Comunicação não-verbal amigável. Combinar nossa fala com o contato visual e tom emocional apropriado.
Escolha o lugar e hora certa. Avalie se o momento de fazer uma crítica é oportuno, para evitar desconforto desnecessário e criar um clima desagradável no grupo. Se for algo direcionado a alguém escolha um momento mais apropriado e fale diretamente a essa pessoa. Às vezes, apaziguar pode ser mais produtivo do que colocar mais lenha para queimar.
Desejo ótimos pedais longos a todos!

Revista Bicicleta por Cristiano Lima dos Santos 
 
 

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